Aprendizado por meio de experiências

“Diz-me e eu esqueço, ensina-me e eu recordo, envolve-me e eu aprendo.” A frase atribuída a Benjamin Franklin, um dos líderes da Revolução Americana, mostra a metodologia de ensino indireta, onde a experiência do aluno é o principal canal de aprendizagem. Esse método não é muito utilizado nas escolas brasileiras, é mais centrado no aluno e o professor é um facilitador de aprendizagem.

Um dos sistemas de ensino indireto é a Educação Experiencial ao Ar Livre, usado pela Outward Bound Brasil (OBB), maior instituição do mundo nesse tipo de educação, tendo colaborado com o desenvolvimento de mais de 2 milhões de pessoas e inúmeras organizações, em seus mais de 70 anos de história. Está presente em 32 países e, no Brasil, atua desde 2000. Como entidade sem fins lucrativos, fornece todos os anos a milhares de jovens e adultos experiências inesquecíveis e desafiadoras desenvolvidas na natureza, visando desenvolver as potencialidades pessoais e as qualidades de liderança dos participantes, tendo muitas vezes um duradouro impacto positivo no seu futuro.

O Bike Pedal e Cia conversou com Rodrigo Bastos, coordenador Executivo da Outward Bound Brasil, sobre o Projeto Azimute e o impacto na vida de jovens. Conheça um pouco mais das atividades realizadas pela ONG.

Projeto Azimute - Logo

O que é o Projeto Azimute?
O Projeto Azimute é uma programa de educação através da aventura, gratuita, voltada para jovens que vivem numa situação de vulnerabilidade social e/ou econômica. Ele tem como objetivo apoiar estes jovens na superação de seus desafios na vida e no trabalho, oferecendo-lhes a oportunidade de repensarem seus projetos de vida, fortalecer suas competências pessoais, sociais, cognitivas e produtivas e inspirá-los a assumirem um papel de agentes de transformação social.

Como o projeto trabalha no desenvolvimento dos jovens?
Nós da Outward Bound Brasil (OBB) utilizamos a metodologia da Educação Experiencial ao Ar Livre. A ferramenta principal utilizada no Azimute é uma expedição auto-suficiente que possui  uma série de características, sendo as principais: grupos pequenos de até 15 participantes, acompanhados por pelo menos dois instrutores;  A autonomia do grupo é conquistada aos poucos e atinge um alto nível de independência da atuação dos instrutores. Não existe competição, apenas uma forte relação de interdependência e suporte entre os participantes. Rodas de conversas e trocas de feedback são comuns para refinar o trabalho em equipe e promover o auto-conhecimento. Outras atividades além do esporte de aventura (montanhismo ou canoagem) são desenvolvidas ao longo dos nove dias de expedição.

Adolescentes durante atividade do Projeto Azimute / Crédito: Divulgação OBB

Adolescentes durante atividade do Projeto Azimute / Crédito: Divulgação OBB

Há quanto tempo existe o projeto no Brasil e quais os resultados alcançados até o momento?
A metodologia utilizada existe há mais de 70 anos e que já foi aplicada e adaptada em mais de 35 países pela rede de organizações Outward Bound. Aqui no Brasil a OBB  existe desde 2001 e, em parceria com o Instituto Asas, criou o Azimute em 2012 para ampliar a oferta de programas deste tipo para jovens da periferia de São Paulo.

Como é feita a escolha das comunidades que serão trabalhadas pelo projeto?
Não trabalhamos com comunidades nesse projeto. O foco está no desenvolvimento pessoal do jovem. Claro que existe um impacto indireto nas escolas públicas parceiras, pois os jovens retornam demonstrando atitudes que não mostravam antes.

Grupo em cachoeira durante atividade do Projeto Azimute / Crédito: Divulgação

Grupo em cachoeira durante atividade do Projeto Azimute / Crédito: Divulgação

Que resultados foram obtidos até o momento?
Em 2012 tivemos cerca de 200 participantes e temos uma metodologia de avaliação de impacto que quantifica a percepção dos jovens sobre suas capacidades e que mostrou até agora que estamos no caminho certo. Além dos relatos dos jovens.

Que esportes ou ações são utilizados pelo projeto para o ensino?
Nas expedições podemos ter como meio de locomoção entre um acampamento e outro a canoagem em canoas canadenses ou caminhada de longo curso. Além disso escalada em rocha, cachoeirismo, dinâmicas e um trabalho comunitário fazem parte do programa.

Quais serão as atividades previstas para 2013?
Teremos pelo menos 12 turmas previstas, mas gostaríamos de ampliar a atuação ofertando para mais jovens o programa. A restrição está no financiamento hoje.

É possível ser voluntário do projeto?
As oportunidades de voluntariado são limitadas, pois a equipe de instrutores é profissional e recebeu uma boa carga de treinamento para conduzir o programa. Porém, se alguém tiver interesse em ajudar nas ações necessárias para mobilizar e preparar os jovens para essa empreitada ou ajudar na busca de parceiros que possam colaborar, isso sempre é bem-vindo.

Crédito: divulgação

Crédito: divulgação

Fonte:BikePedaleCia
Continua aqui:
Aprendizado por meio de experiências

admin

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.